Pessoal, abaixo escrevo uma breve história que ainda não chegou ao fim!
Por favor, quem quiser, tem toda a terça e quarta para escrever como ela termina. A melhor será publicada. Se ninguém escrever, na quinta-feira, eu mesmo darei fim ao que iniciei!
Por Luciano Mariante
Cláudio é um motoboy demasiado gorducho. Gordo daqueles em que as calças não comportam a barriga, e esta, por sua vez move-se gelatinosamente a cada manobra do motoqueiro sobre a pobre moto. Uma motoca esfumacenta e estroncha! Que composta pelo peso de seu piloto, enconsta o amortecedor quebrado no pneu e causa um incessante odor de borracha queimada!!!
E lá vai Cláudio. Atravessa a cidade zunindo entre pessoas, carroças, carros e caminhões. Mais parecendo um malabarista equilibrando-se no fio da vida. A cada parada em cliente, desgruda a bunda suada do banco de couro rasgado da motoca e se dirige arrastadamente até seu destino. Antes de voltar a ativa, se demora comendo alguma guloseima, de preferência com alto teor de gordura e recheio de colesterol. De sobremesa, 3 cigarros.
De volta ao trabalho, corre para ganhar o tempo perdido. Aproveita lomba abaixo para ganhar velocidade. E assim vai Cláudio desafiando a selvageria do trânsito e mostrando-se um dos animais mais perigosos e ao mesmo tempo frágil - ao guidon de sua moto. É como uma lebre a enfrentar raivosamente predadores enormes.
Cláudio não sabe o que o espera na próxima entrega...
2 comentários:
Vou te contar, então, o que aconteceu com esse gordinho inútil. A próxima entrega? Não soube, nem vai saber. O que eu soube (ele, tenho certeza, nem viu) é sobre a próxima sinaleira. Estava verde, tudo certo para o gorducho, era só passar voando e seguir em frente. Estava verde, pra ser preciso, fazia uns vinte segundos; e lá ia nosso hipopótamo sobre rodas, faceiro. Estava tudo bem, achava ele. Coitado, nem viu aquele ônibus roxo, de dois andares, que cruzou o sinal vermelho e arremessou longe seu corpanzil gordo. Momentos de pavor se sucederam. Os outros motoboys, seus colegas, assustados, não acreditavam no que viam; os espectadores, ops, pedestres, estavam boquiabertos. Era o fim do gordinho. Era? Calma, ainda não. Após alguns segundos imóvel, nosso herói da barriga de chope começa a se mover, recobrar forças. Com muito esforço - ele é pesado, lerdo - se levanta. Tudo está bem agora, mas, de repente, blam, catapoft! E uma caminhonete cor de vinho, 2.0, passa por cima do infeliz. A massa enlouquece, forma-se uma multidão de atordoados em torno dele, todos incrédulos diante do que tinham acabado de assistir. Alguém, então, se aproxima daquele corpo inerte, sem vida para ver se há ainda um fio de esperança, mas só o que se pode perceber é um fio de sangue escorrendo pela boca e, por baixo da jaqueta de couro, a camisa de um certo time de futebol, conhecido por todos como Imortal Tricolor da Azenha. Puta que pariu, era gremista o desgraçado, e morreu duas vezes.
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